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Empresa que ganhou licitação da coleta de lixo é acusada de fraude e lavagem de dinheiro

Além de supostas irregularidades junto ao poder público, empresa Orizon Meio Ambiente foi multada pela Prefeitura de Barra Mansa em R$ 4 milhões após vazamento de chorume que causou a mortandade de peixes

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Contrato milionário da empresa foi homologado pelo presidente da Coden Ambiental

Paulo Medina
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A empresa que recentemente venceu a licitação para operar a coleta de lixo em Nova Odessa, com um contrato anual avaliado em mais de R$ 2,2 milhões, está no centro de uma polêmica. O contrato, homologado por Elsio Alvaro Boccaletto, presidente da Coden Ambiental, é alvo de investigações por supostas irregularidades junto ao poder público em outros estados e sofreu multa ambiental milionária.
A empresa vencedora, Orizon Meio Ambiente, possui um histórico polêmico. A Operação Presságio da Polícia Civil de Santa Catarina, que envolveu busca e apreensão de documentos em secretarias da Prefeitura de Florianópolis e na sede da Câmara de Vereadores, atingiu também o estado de Rondônia, com suspeitas relacionadas à empresa.
Um aterro sanitário construído por um grupo de empresas na BR-319 teve aporte de mais de R$ 2 milhões da Orizon Meio Ambiente.
A apuração em Santa Catarina, que averigua suspeitas de corrupção, fraude em licitação e lavagem de dinheiro, resultou na emissão de 24 mandados de busca e apreensão em Florianópolis, Brasília e Porto Velho. As investigações começaram em janeiro de 2021, após uma denúncia de poluição ambiental envolvendo empresa terceirizada de coleta de lixo.

MULTA
Outro ponto crítico envolve a Orizon Meio Ambiente. A empresa foi multada em 2021 pela Prefeitura de Barra Mansa (RJ) em R$ 4 milhões por danos ambientais, após um vazamento de chorume no Córrego Carioca, que contaminou as águas do Rio Bocaina e causou a mortandade de centenas de peixes.
A direção da Coden Ambiental disse que a empresa Orizon, antiga Estre, venceu a licitação apresentando a menor proposta no pregão, e “apresentou toda a documentação válida necessária e exigida por lei, incluindo Licença de Operação válida (que é bem complexa por se tratar de aterro sanitário, tipo de empreendimento que precisa atender a muitas exigências técnicas e ambientais), emitida pela CETESB, que é o órgão ambiental responsável pela fiscalização do mesmo.” “Além disso, foi apresentada a documentação do responsável técnico, como exigiam os termos do edital, de forma que não havia motivos legais ou técnicos que impedissem a Orizon de participar da licitação e de assinar o contrato”, finaliza.

EMPRESA

A Orizon Meio Ambiente informou que venceu a licitação da Coden Ambiental, com o menor preço apresentado. O contrato compreende o serviço de destinação e tratamento de resíduos e a Orizon afirma que não atua com serviços de coleta de lixo.
“Sobre a citação em operações da Polícia Civil de Santa Catarina, a empresa informa que não atua no Estado, não presta nenhum serviço no mesmo e não é acusada de qualquer irregularidade como corrupção, fraude em licitação e lavagem de dinheiro. Sobre a acusação de multa de R$ 4 milhões, em sua operação de Barra Mansa (RJ), trata-se de multa administrativa, a qual a empresa já impugnou e esclareceu oportunamente”.

A empresa disse ainda que trabalha “dentro dos mais rigorosos padrões de transparência ,controle e ética, com todas as certificações das autoridades e órgãos ambientais competentes”.